Meu primeiro contato com Agilidade foi por volta de 2011. Eu, com formação em Publicidade, e tendo na Informática apenas o papel de usuário final (aplicado), não fazia ideia do Universo em ebulição que se formava para além do balcão de Help Desk das empresas em que eu trabalhava, com seus Extreme Programmings, Manifestos Ágeis, quadros de gestão visual e times multidisciplinares. Um mundo totalmente fora da minha realidade, mas que chamou minha atenção de cara.
Curioso em grau 10, eu sempre gostei de conhecer novas ferramentas – seus potenciais, prós e contras – e criar uso para elas no meu dia-a-dia, mesmo quando não fizessem parte do meu metiê. Todos aqueles termos novos sobre Scrum, Design Thinking, Lean, me causaram estranheza no início. Mas, com a gestão visual do Kanban tive empatia imediata. Mesmo desconhecendo as cerimônias do método, os preceitos de uso e seus benefícios me bateram na veia. Ainda mais por não precisar necessariamente de uma equipe para montar seu quadro, foi naturalmente minha porta de entrada para os Métodos Ágeis.
No princípio, era o caos
Nesta época, eu trabalhava como Supervisor Executivo de Produção na TV Globo, e cuidava da produção nacional e internacional de séries e novelas. Muitas vezes, fazendo também a pesquisa de locação. E é nela que vou me ater neste post para exemplificar o uso do Kanban.
Em uma novela, por exemplo, os autores entregam às equipes de produção (num mundo ideal) um bloco semanal de seis capítulos (um para cada dia da semana, de segunda a sábado, dias em que tem novela no ar) quinze dias antes da exibição. Assim, temos uma semana para produzir, uma semana para gravar e editar e, ao fim dessas duas semanas, começa a exibição. E o Pac Man dos capítulos come um episódio por dia, chova ou faça sol! Ou seja, para você se manter no prazo sem se apertar, tem de produzir um capítulo por dia também, em média (o que dá praticamente um longa metragem a cada dois dias. É muito material pra preparar).
Numa estatística de papel de pão, um bloco desses, em média, pode trazer mais de 80 locações, entre novas e já utilizadas em capítulos anteriores. A grosso modo, são perto de 40 locações toda semana a serem encontradas. E haja gestão para não se perder entre números de telefones, pesquisas na internet, indicações de colegas produtores, longas horas de saídas a campo e toneladas de Gigabytes de fotos.
E fez-se a luz
Foi onde entrou meu primeiro quadro de gestão visual. A princípio, muito tímido, com suas três colunas simples de “A Fazer”, “Fazendo” e “Feito”. Mas, depois de um período de criação de intimidade, comecei a “ficar valente”, e criar várias colunas, mapeando as etapas obrigatórias da “jornada” a que cada locação, (e independente se é uma fábrica, hospital ou casa de subúrbio) precisa passar pra ser considerada pronta para gravar. Passos básicos como “autorização do proprietário”, “aprovação do diretor”, “valor negociado” até o detalhes de “condições de audio ok” ou “espaço para estacionar a frota” constavam do controle. A empresa queria, àquela época, adotar Métodos Ágeis como padrão? Não. Mas, nem por isso me privei de usar essa baita solução.
Um belo começo!
Para mais historinhas e curiosidades, inscreva-se no blog www.edusantoro.blog.
Durante o meu período de aprendizado sobre agilidade tive o prazer de conhecer o Edu. Pessoa agradável de conversar e trocar experiências. Deixo aqui um forte abraço para ele!
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Grande Kuroki! Como comentamos semana passada, uma benção da pandemia foi acelerar esse canal virtual de conhecer novas pessoas, novas cabeças, novas amizades. Um prazer trocar ideias com você! Forte abraço!
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Parabéns pelo post edu ! Tem MTA história legal das coisas q vc já aplicou em cenários bem diferentes do usual pra maioria das pessoas que trabalha com agilidade. Bora postar sobre elas !
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Que honra ter você por aqui, CFC! Muito obrigado pela força! Muita história pra contar, mesmo! Tá só começando…
Seus comentarios e compartilhadas são mais que bem-vindos!
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