A sessão ‘Sextou‘ vai trazer muito papo relacionado a comidas e bebidas. Mas, acima de tudo, vai trazer curiosidades. E como curioso não tem fronteiras, passeio hoje pela tecnologia do nosso dia-a-dia.
Neste mundo mega conectado, a gente fala sobre termos (como Bluetooth, WiFi, site, download) sem nem se tocar do que tratam, de onde vêm. Simplesmente viraram parte do vocabulário corriqueiro, e em português, apesar de serem, na maioria, importados. Mas que raio “dente azul” tem a ver com meu telefone ou computador? Foi inventado por dentista cruzeirense? Acho que não…
A inovação tecnológica
O Bluetooth é uma tecnologia de comunicação sem fio lançada pela empresa de telecomunicações sueca Ericsson, em 1994 (em desenvolvimento desde os anos 1980). Mas que só ganhou notoriedade quando, em 1998, firmou-se o “Bluetooth Special Interest Group” – formado por IBM, Toshiba, Nokia, Intel, 3Com, Lucent, Microsoft e Motorola – e essas gigantes do mercado adotaram o formato em comum entre fabricantes de hardware e software para troca de dados e arquivos entre celulares, computadores, scanners, impressoras, fones de ouvido e demais dispositivos de forma rápida e segura. No Brasil, os primeiros celulares com seus fones BT no combo chegaram em 2002, com a Motorola.
Pra que serve, a gente já sabe. E pratica todo dia. Mas…
E o nome?
Haroldo I (ou Harald Gormsson, Rei da Dinamarca de 958 a 986, e Rei da Noruega de 970 a 980) tem muitos grandes feitos em seus longos anos de reinado. Além de ter trazido a religião Cristã para a Dinamarca (sobrepondo-a à Nordica, com Odin, Thor & cia), foi o líder catalizador da formação do bloco que hoje conhecemos como Escandinávia (Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlandia), unificando várias tribos e povos de diferentes línguas em um objetivo comum.
Jim Kardash – o engenheiro da Intel responsável por desenvolver essa tecnologia para laptops – estava lendo, na época do projeto, o livro The Long Ships (sobre as conquistas vikings e o feito de Harald). E encontrou no rei – escandinavo como a Ericsson que criou o protocolo – o paralelo perfeito ao seu propósito: fazer equipamentos (completamente diferentes um do outro) falarem-se entre si. O computador enviando um arquivo para a impressora, o teclado enviando dados pro laptop, o celular enviando música para seu fone, que envia de volta sua voz para o celular durante uma ligação telefônica, e assim por diante. Inúmeras possibilidades de uso depois de pareados. O nome deveria ser provisório, até algo mais atraente aparecer (como as tentativas RadioWire ou PAN – Personal Area Networking). Só que a sinergia com a história do rei nórdico deu tanta liga que acabou pegando.
Mas por que Bluetooth?
Há algumas versõs para o apelido. No dinamarquês, Blatand pode ser traduzido tanto como Dente Azul (literalmente) ou como a junção de dois significados mais distintos: Bla como “homem de tez escura” e Tan como “homem notável”. Ou “homem notável de tez escura”, já que ele tinha cabelos e pele mais escuros que a média ruiva viking. Mas o que ficou mesmo na crença popular foi o significado fonético moderno “Dente Azul“. Muito provavelmente causado por um dente necrosado ganho por alguma doença ou impacto em uma das muitas batalhas de que participou (não havia tratamentos odontológicos decentes na época…).
Logomarca
Até a logomarca é uma homenagem a Haroldo I. Ela é formada pela fusão das iniciais do monarca em alfabeto rúnico (isso mesmo, das Runas que conhecemos):
- a runa Hagall, ou H de Harald no alfabeto latino (ᚼ)
- e a runa Bjarkan (ou Berkanan), o B de Blatand, ou Bluetooth no alfabeto latino (ᛒ).

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Muito boa a matéria. A história da logomarca nunca tinha escutado. Parabéns!
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Renatão! Que legal ter sua visita! Valeu!! Tem muito mais histórias por trás da História por vir aqui! Assina o blog pra receber os posts!
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